A Rede Sustentabilidade entrou na manhã desta segunda-feira (26) com o
pedido oficial de registro do partido no Tribunal Superior Eleitoral
(TSE). A solicitação foi feita com cópias das certidões que validam 304
mil fichas de apoio e com os protocolos de outras 220 mil assinaturas
ainda não certificadas devido à lentidão dos cartórios eleitorais. Os
documentos foram levados dentro de sacolas ao TSE.
O pedido de registro acontece depois de seis meses de trabalho
intenso de 12 mil mobilizadores em todo o país, que conseguiram coletar
867 mil assinaturas. Marina Silva participou da entrega do pedido
acompanhada de advogados, assessores e simpatizantes da #rede, além dos
deputados federais Domingos Dutra (PT-MA) e Walter Feldman (PSDB-SP) e
do senador Pedro Simon (PMDB-RS), cuja colaboração foi elogiada pela
ex-senadora.
“Desde o início Pedro Simon nos tem dado apoio para criar a Rede,
reconhecendo o direito da organização política das pessoas. O trabalho
dele e dos demais parlamentares em favor da democracia foi fundamental
para que hoje déssemos entrada no pedido de registro no TSE”, afirmou
Marina. Simon e outras lideranças políticas ajudaram a impedir a
tramitação do projeto de lei que acabaria com o fundo partidário e o
tempo de TV para os novos partidos.
Na entrevista após a entrega do pedido de registro, Marina Silva
disse aos jornalistas que confia nos órgãos responsáveis por homologar a
criação do partido. “Esperamos que a gente possa ter o registro da Rede
Sustentabilidade, que é uma expectativa de milhares e milhares de
pessoas em todo o país.”
Marina falou também sobre o processo de coleta, triagem e
encaminhamento das fichas aos cartórios eleitorais. “Fizemos um trabalho
idôneo com a mobilização voluntária de milhares de pessoas em todo o
país, um trabalho árduo de avaliação dessas fichas. A própria Rede
Sustentabilidade deixou de encaminhar mais de 200 mil assinaturas
exatamente para evitar que houvesse um trabalho desnecessário por parte
dos cartórios com fichas que faltavam documentação ou que não havia a
possibilidade de fazer a identificação, porque a pessoa havia assinado o
nome de casada, enquanto que no título constava o nome de solteira, por
exemplo”.
Cumprimento do prazo pelos cartórios
A #rede aproveitou a ocasião para solicitar ao TSE
medidas cautelares urgentes que garantam o cumprimento do prazo,
previsto em lei, de 15 dias para validação das fichas de apoio pelos
cartórios e do mesmo período para homologação dos diretórios estaduais
nos TREs. Até o momento, foram encaminhadas aos cartórios eleitorais 637
mil fichas de apoio à criação do partido. Dessas, mais de 220 mil ainda
estão nos cartórios, contabilizando um atraso superior a 15 dias.
Outras 30 mil assinaturas foram protocoladas há mais de 60 dias e ainda
não foram validadas.
Em relação aos diretórios estaduais, a #rede já tem o mínimo de
assinaturas exigido por lei em 24 unidades da federação. Dessas, 15
Estados já tiveram os pedidos oficiais de homologação encaminhados aos
TREs. Na maioria dos casos, as solicitações foram feitas há mais de 15
dias, porém, com exceção do Rio Grande do Sul, os diretórios ainda não
foram homologados.
Além dos atrasos, problemas nos procedimentos para conferência das
assinaturas de apoio vêm dificultando o processo de registro da Rede
Sustentabilidade. Levantamento feito pela #rede a partir do retorno
recebido dos cartórios aponta que os motivos para invalidação foram
variados e vão desde a falta de parâmetros para a comparação dos dados,
quando o cartório não encontra a assinatura do eleitor por não ter
votado nas últimas eleições, até casos de assinaturas que não conferem.
Das 96 mil fichas invalidadas, a maior parte delas, 73.130 mil, não
tiveram o motivo da recusa especificado. Na maioria dos casos, os
cartórios emitem certidões que atestam apenas o número de assinaturas
homologadas e não o número de assinaturas recebidas, não homologadas e
os motivos pelos quais isso ocorreu.
Devido a essa falha no processo, foi possível identificar, por
exemplo, dezenas de casos de apoiadores da #rede que, embora tivessem
assinado a ficha e prestado todas as informações necessárias, não
tiveram suas assinaturas validadas pelos cartórios. Entre esses casos,
encontram-se situações emblemáticas, em que mesmo pessoas em total
sintonia com o processo de criação do partido tiveram suas fichas
rejeitadas pelos cartórios do país. Em São Paulo, membros da Comissão
Estadual tiveram suas assinaturas invalidadas, como Carlos Buzzolin e
Julia D’ávila. No Distrito Federal, a assinatura de Henrique Ziller,
fundador da #rede, não foi validada. Em outro caso, o senador Pedro
Taques também teve sua assinatura invalidada no Mato Grosso.
É importante observar que a #rede montou uma estrutura bastante
rígida para assegurar a qualidade das fichas de apoio que foram enviadas
aos cartórios. Das 850 mil fichas recebidas, mais de 200 mil foram
descartadas por apresentarem algum tipo de problema, como falta da
assinatura, letra ilegível ou dados incompletos.
Antecipação do registro
A Rede Sustentabilidade decidiu dar entrada no pedido de registro sem a totalidade das certidões exigidas por lei devido aos atrasos dos órgãos responsáveis pela certificação das assinaturas e dos diretórios regionais. O pedido de registro no TSE foi feito com as cópias de certidões encaminhadas aos TREs e com protocolos de entrega de assinaturas nos cartórios. A decisão de adiantar a entrada no TSE foi tomada pela Comissão Nacional Provisória após o encontro de representantes da Rede Sustentabilidade, entre eles a ex-senadora Marina Silva, com a juíza corregedora Laurita Vaz no dia 16 de agosto. Segundo a ministra, o órgão precisa de, no mínimo, 30 dias para homologar a criação do partido.
A Rede Sustentabilidade decidiu dar entrada no pedido de registro sem a totalidade das certidões exigidas por lei devido aos atrasos dos órgãos responsáveis pela certificação das assinaturas e dos diretórios regionais. O pedido de registro no TSE foi feito com as cópias de certidões encaminhadas aos TREs e com protocolos de entrega de assinaturas nos cartórios. A decisão de adiantar a entrada no TSE foi tomada pela Comissão Nacional Provisória após o encontro de representantes da Rede Sustentabilidade, entre eles a ex-senadora Marina Silva, com a juíza corregedora Laurita Vaz no dia 16 de agosto. Segundo a ministra, o órgão precisa de, no mínimo, 30 dias para homologar a criação do partido.
No momento da solicitação de registro do partido no TSE, foi entregue
também uma petição em nome da #rede solicitando ações que permitam
solucionar as falhas nos processos de criação do partido. O documento
pede que se publique, mediante edital, a lista dos eleitores cujas
assinaturas ainda não foram validadas, para que os interessados possam
se manifestar em até cinco dias. No caso dos processos de homologação
dos diretórios estaduais, a #rede pede também que se dê o prazo de 48
horas para que os processos entrem na pauta de julgamento dos TREs.
A existência da Rede Sustentabilidade, garantida constitucionalmente,
não pode ser tolhida pela ausência de meios materiais ou pela falta de
critérios normativos claros. A #rede confia que, no julgamento da
Justiça Eleitoral, prevalecerá o apoio das 850 mil assinaturas
recolhidas em uma ação inédita, que aconteceu de forma autoral e
descentralizada em todo o país.
Informações: Blog da Marina.
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